sexta-feira, 16 de outubro de 2009

NO DIA DO PROFESSOR A HOMENAGEM É PARA AFONSO PEREIRA DA SILVA


Fotos com D. Clemilde, em palestra na Inauguração do Núcleo Afonso Pereira - maio de 2009

Na oportunidade, Cristovam Buarque se comprometeu em realizar uma sessão solene no Senado Federal pelos 92 anos do Professor Afonso Pereira.

Sessão Solene? Mesmo a pedidos,ele sequer mencionou seu nome em seu discurso no dia dos Professores!


NO DIA DOS PROFESSORES, A HOMENAGEM É PARA AFONSO PEREIRA DA SILVA

Por Maria Rachel Coelho

Ontem a tarde, em seu discurso em homenagem ao dia dos Professores, o Senador Cristovam Buarque tentou mencionar alguns educadores e educacionistas históricos, homenageou também um empresário, dono de postos de gasolina, um dono de um açougue-cultural e um trocador de ônibus que faz um trabalho de bibliotecas em paradas de ônibus, mas acredito que em razão do tempo, ao valorizar o belo trabalho desses atuais cidadãos que levam livros para quem quer ler, acabou por omitir alguns mitos.

Embora hoje tenhamos muitos, venho aqui, por justiça, tentar completar a lista.
Em primeiro lugar devo mencionar o russo Piotr kropotkin, criador do termo “educacionismo” ainda no século XIX, para designar os adeptos da "transformação social" através da "educação".O mexicano Justo Sierra , que também acreditava na educação como fator de crescimento econômico e de aperfeiçoamento da vida social.

Devo também mencionar o brasileiro Sílvio Gallo mas principalmente e talvez o maior de todos os educacionistas, o Professor Afonso Pereira da Silva.
Nenhum deles chegou tão perto do ideal educacionista. Afonso Pereira da Silva simplesmente idealizou e fundou 145 escolas por todo Estado da Paraíba na década de 70.


Afonso Pereira da Silva nasceu em 30 de outubro de 1917, em Bonito de Santa Fé, Estado da Paraíba; filho de José Pereira da Silva e D. Cherubina Pereira da Silva. Foi casado com Clemilde Torres Perreira da Silva.
Oriundo de família católica, estudou na capital do Estado, no Seminário Apostólico São Pedro Gonçalves, e, depois, no Colégio Franciscano de Rio Negro, no Paraná, efetuando nestes educandários a sua escolaridade de 2º grau, adquirindo uma base cultural sólida, edificada sobre os princípios cristãos, o que lhe garantiu galgar os mais importantes cargos em sua vida profissional.
Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1948, procurando sempre aperfeiçoar-se, através de cursos nas áreas jurídicas e pedagógicas. Foi Deputado Estadual, além de ter exercido a função de juíz Substituto do Tribunal Regional Eleitoral e Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

Ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 21 de junho de 1966, recepcionado pelo Acadêmico Clovis dos Santos Lima. Em 20 de maio de 1978, foi eleito Presidente da APL, sendo reeleito por três vezes consecutivas, cumprindo, assim, um mandato que durou seis anos, transcorrido com sucesso.

Foi diretor da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais dos Institutos Paraibanos de Educação -IPÊ; diretor substituto da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba - UFPB; professor de Alemão, Francês, Latim, Grego, Português, Geografia, Ciências Naturais, Direito Autoral, Direito Romano e Pesquisa Social; professor do Lyceu Paraibano; professor e Diretor do Instituto de Educação da Paraíba; fundador e Presidente da Sociedade de Cultura Musical; fundador do Teatro do Estudante da Paraíba, da Orquestra Sinfônica da Paraíba e do Conservatório Paraibano de Música; fundador e 1º Presidente da Associação de Cultura Franco-Brasileira (Aliança Francesa) fundador dos Institutos Paraibanos de Educação - IPÊ; presidente e introdutor, na Paraíba, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC; instituidor e Presidente da Fundação Padre Ibiapina, com uma vasta rede de educandários, nos três níveis e graus; colaborador da imprensa paraibana, tendo sido o primeiro Diretor do Jornal Correio da Paraíba; correspondente de revistas nacionais; redator de Anais Científicos-Brasil Universitário, São Paulo; membro da Academia de Letras Jurídicas; membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; membro da Associação Paraibana de Imprensa; membro da Academia Internacional de Letras; sócio Honorário da Associação Norte-Riograndense de Astronomia.

Meus sinceros pedidos de desculpas a Professora Clemilde Torres Pereira, a Ana Flávia Fonseca, a Daniella Barbosa, a cada paraibano que se orgulha tanto dessa história e principalmente a cada brasileiro que ficou sem saber que existiu alguém que mostrou na seca, na prática, sem qualquer dinheiro público, que nosso ideal é possível.

Não temos mais um Darcy Ribeiro naquele plenário para, sem vaidades, dar valor a esse trabalho, a essa história tão bonita.

Mas hoje foi apenas mais uma página. Estamos aqui D. Clemilde para mencionar o nome de Afonso Pereira da Silva em cada sala de aula, em cada canto deste país, e do mundo por essa internet. Estamos aqui, D. Clemilde, para continuar escrevendo esse livro que brilhantemente seu marido iniciou.

Obrigada por existirem e Parabéns pelo dia de hoje.

Maria Rachel Coelho
Professora e Presidente executiva do Movimento Educacionista do Brasil – MEB.
Artigo publicado em 15/10/2009 em

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