sexta-feira, 16 de outubro de 2009

NO DIA DO PROFESSOR A HOMENAGEM É PARA AFONSO PEREIRA DA SILVA


Fotos com D. Clemilde, em palestra na Inauguração do Núcleo Afonso Pereira - maio de 2009

Na oportunidade, Cristovam Buarque se comprometeu em realizar uma sessão solene no Senado Federal pelos 92 anos do Professor Afonso Pereira.

Sessão Solene? Mesmo a pedidos,ele sequer mencionou seu nome em seu discurso no dia dos Professores!


NO DIA DOS PROFESSORES, A HOMENAGEM É PARA AFONSO PEREIRA DA SILVA

Por Maria Rachel Coelho

Ontem a tarde, em seu discurso em homenagem ao dia dos Professores, o Senador Cristovam Buarque tentou mencionar alguns educadores e educacionistas históricos, homenageou também um empresário, dono de postos de gasolina, um dono de um açougue-cultural e um trocador de ônibus que faz um trabalho de bibliotecas em paradas de ônibus, mas acredito que em razão do tempo, ao valorizar o belo trabalho desses atuais cidadãos que levam livros para quem quer ler, acabou por omitir alguns mitos.

Embora hoje tenhamos muitos, venho aqui, por justiça, tentar completar a lista.
Em primeiro lugar devo mencionar o russo Piotr kropotkin, criador do termo “educacionismo” ainda no século XIX, para designar os adeptos da "transformação social" através da "educação".O mexicano Justo Sierra , que também acreditava na educação como fator de crescimento econômico e de aperfeiçoamento da vida social.

Devo também mencionar o brasileiro Sílvio Gallo mas principalmente e talvez o maior de todos os educacionistas, o Professor Afonso Pereira da Silva.
Nenhum deles chegou tão perto do ideal educacionista. Afonso Pereira da Silva simplesmente idealizou e fundou 145 escolas por todo Estado da Paraíba na década de 70.


Afonso Pereira da Silva nasceu em 30 de outubro de 1917, em Bonito de Santa Fé, Estado da Paraíba; filho de José Pereira da Silva e D. Cherubina Pereira da Silva. Foi casado com Clemilde Torres Perreira da Silva.
Oriundo de família católica, estudou na capital do Estado, no Seminário Apostólico São Pedro Gonçalves, e, depois, no Colégio Franciscano de Rio Negro, no Paraná, efetuando nestes educandários a sua escolaridade de 2º grau, adquirindo uma base cultural sólida, edificada sobre os princípios cristãos, o que lhe garantiu galgar os mais importantes cargos em sua vida profissional.
Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1948, procurando sempre aperfeiçoar-se, através de cursos nas áreas jurídicas e pedagógicas. Foi Deputado Estadual, além de ter exercido a função de juíz Substituto do Tribunal Regional Eleitoral e Provedor da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.

Ingressou na Academia Paraibana de Letras, em 21 de junho de 1966, recepcionado pelo Acadêmico Clovis dos Santos Lima. Em 20 de maio de 1978, foi eleito Presidente da APL, sendo reeleito por três vezes consecutivas, cumprindo, assim, um mandato que durou seis anos, transcorrido com sucesso.

Foi diretor da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais dos Institutos Paraibanos de Educação -IPÊ; diretor substituto da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba - UFPB; professor de Alemão, Francês, Latim, Grego, Português, Geografia, Ciências Naturais, Direito Autoral, Direito Romano e Pesquisa Social; professor do Lyceu Paraibano; professor e Diretor do Instituto de Educação da Paraíba; fundador e Presidente da Sociedade de Cultura Musical; fundador do Teatro do Estudante da Paraíba, da Orquestra Sinfônica da Paraíba e do Conservatório Paraibano de Música; fundador e 1º Presidente da Associação de Cultura Franco-Brasileira (Aliança Francesa) fundador dos Institutos Paraibanos de Educação - IPÊ; presidente e introdutor, na Paraíba, da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC; instituidor e Presidente da Fundação Padre Ibiapina, com uma vasta rede de educandários, nos três níveis e graus; colaborador da imprensa paraibana, tendo sido o primeiro Diretor do Jornal Correio da Paraíba; correspondente de revistas nacionais; redator de Anais Científicos-Brasil Universitário, São Paulo; membro da Academia de Letras Jurídicas; membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; membro da Associação Paraibana de Imprensa; membro da Academia Internacional de Letras; sócio Honorário da Associação Norte-Riograndense de Astronomia.

Meus sinceros pedidos de desculpas a Professora Clemilde Torres Pereira, a Ana Flávia Fonseca, a Daniella Barbosa, a cada paraibano que se orgulha tanto dessa história e principalmente a cada brasileiro que ficou sem saber que existiu alguém que mostrou na seca, na prática, sem qualquer dinheiro público, que nosso ideal é possível.

Não temos mais um Darcy Ribeiro naquele plenário para, sem vaidades, dar valor a esse trabalho, a essa história tão bonita.

Mas hoje foi apenas mais uma página. Estamos aqui D. Clemilde para mencionar o nome de Afonso Pereira da Silva em cada sala de aula, em cada canto deste país, e do mundo por essa internet. Estamos aqui, D. Clemilde, para continuar escrevendo esse livro que brilhantemente seu marido iniciou.

Obrigada por existirem e Parabéns pelo dia de hoje.

Maria Rachel Coelho
Professora e Presidente executiva do Movimento Educacionista do Brasil – MEB.
Artigo publicado em 15/10/2009 em

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O QUE É O EDUCACIONISMO - MEBIANO

Recebi há pouco 3 emails indagando-me se o MEB tem alguma coisa a ver com o senador Cristovam. Reproduzo aqui um artigo que, suscintamente, esclarece alguns pontos. Sugiro que todos que tenham dúvidas, a tirem diretamente com o próprio Cristovam. As pessoas mudam, nós mudamos, adotamos um novo rumo mas em cima das mesmas ideias. Nosso objetivo era, tão somente assumir independência financeira e desvincular o Movimento do gabinete de senador mas não do Cristovam educador e educacionista. E assim estamos seguindo! E muito bem!







Fotos: Senador Cristovam Buarque assinado o Livro-Ata de Constituição do MEB. Depois de sua assinatura fomos comemorar. Acontece que depois que Cristovam desistiu de ser candidato à presidência desistiu de nos acompanhar e também insiste em não reeditar o seu livro falando a verdade: de quem realmente é o Educacionismo e quais foram os Movimentos Educacionistas da História. Educação é coisa séria!
O que é o Educacionismo-Mebiano

* Por Maria Rachel Coelho

Acabei de chegar de Brasília e resolvi escrever este artigo para esclarecer alguns mal-entendidos. As pessoas estão confusas e não estão entendendo qual a proposta do MEB. Inicialmente, cabe ressaltar que o termo "educacionismo" é um termo cunhado ainda no século XIX, para designar os adeptos da "transformação social" através da "educação", que substituiria a ação política. É uma das características do anarco-comunismo de Piotr Kropotkin (1842-1921).

No Brasil, o primeiro a falar de Educacionismo foi o professor Sílvio Gallo, em O Paradigma Anarquista em Educação e também em Educação Libertária. Gallo é filósofo e professor da UNICAMP.

O termo Educacionismo também está relacionado ao escritor e político mexicano Justo Sierra (1848-1912), cujas idéias e iniciativas na vida educacional do seu país foram marcantes para a época. Fiel aos ideais liberais e positivistas, lutou por uma educação primária de caráter nacional, laica e gratuita; preocupou-se com a formação e valorização dos docentes; foi um dos principais criadores da Universidade Nacional Mexicana. Acreditava na educação como fator de crescimento econômico e de aperfeiçoamento da vida social.

Como todos podem ver, o termo tem a sua história.

Provavelmente, Cristovam Buarque, leitor voraz, já os conhecia, e procurou recuperar, recontextualizar (repolitizar) a palavra. Logo após sua campanha presidencial em 2006 encontrou um grupo que inicialmente começou com Ney Bravo, de São Paulo, e o Luis Afonso, do Rio Grande do Sul, que começaram a trabalhar por esse ideal.

Eu cheguei logo depois, e trouxe comigo o Professor Tomaz, da Paraíba; o Ricardo Menezes, do Mato Grosso do Sul; o Professor Belém do Amazonas; o Junior de São Paulo; o Professor Francisco de Pernambuco e inúmeros educacionistas que acreditaram nessa causa. Mas tínhamos um grande problema pela frente: como nos organizarmos para realizarmos esse sonho, já que para nós, hoje, educacionistas-mebianos, a causa educacionista consiste também em tomar as medidas necessárias para que todas as crianças iniciem cedo sua caminhada escolar (a partir dos quatro anos de idade), aprendam limites, valores e que as recompensas vem não pelo caminho fácil, dos “jeitinho” que compra atalhos, mas pelo mérito; que encontrem salas de aulas disponíveis e com pleno potencial de aproveitamento de recursos pedagógicos e tecnológicos; que os professores se preparem bem, sejam bem remunerados, vocacionados e consequentemente não se ressintam em ser cobrados após serem valorizados; que possam contar com diretores de escola disponíveis, entusiastas e agregadores de parcerias pelo bem da escola; e que possam contar com gestores públicos que pensem em políticas públicas que envolvam as famílias no processo educativo, assim como acontece em países como a Inglaterra.

Os desafios são muitos. O maior como sempre é colocar nossa criatividade à prova para obter recursos para nossa empreitada de forma ética e transparente.

No “Movimento Educacionista – dos assessores de Cristovam” não se sabe para onde e tampouco em que é aplicado? Quando nos reunimos com o próprio Senador e propusemos institucionalizar o Movimento, tivemos uma forte resistência de alguns assessores de Cristovam, que se achavam donos do Movimento. Com muita facilidade, pois com o poder nas mãos, boicotavam nossas notícias, monopolizavam nosso jornal e blogs e lamentavelmente até baniram alguns de nossos coordenadores de uma Rede que foi construída com o trabalho de todos.

Coincidência ou não, depois que Cristovam desistiu de sua candidatura a Presidência em 2010, e não teve como levar adiante a candidatura à Unesco, embora tenha adorado a idéia e aderido ao MEB, perdeu o interesse em nos acompanhar. Foi, então, que o grupo decepcionado, magoado e se sentindo usado teve mais entusiasmo ainda.

Ele reafirma que continua com a gente. Ainda esta semana se mostrou feliz de termos organizado o MEB e de não pararmos de crescer. Segundo ele: ...”só assim o Movimento sobreviverá, quando eu morrer”...
E nós não paramos. Não somos movidos a cargos mas sim por uma imensa paixão. Estamos enlouquecidos com tantas adesões e envio de projetos de educacionistas-mebianos de todo o país. Porque aí está a grande diferença.

O projeto dos assessores do senador – Movimento Educacionista-Senado- visa apenas a reeleição de Cristovam para o senado e assim seus cargos por mais 8 anos.
Contudo, nosso propósito é maior, não se restringe a isso. Embora o custo seja bem elevado para o povo, vale a pena ter Cristovam no Senado, diria até que é necessário. Suas palavras ditas em plenários vazios, ou para construir imagem, não importa, são orgulho para todos nós. Mas queremos mudar a realidade, somos Mebianos porque queremos trabalhar essa causa. Somos Mebianos porque acreditamos em todos esses discursos, mas pensamos que até mesmo para continuar a divulgá-los temos que mostrar que isso é possível. E o Educacionismo é possível. Disso, nós não temos a menor dúvida.

* Professora Universitária e Diretora-Presidenta do Movimento Educacionista do Brasil - MEB
artigo publicado em 19/07/2009

sábado, 3 de outubro de 2009

Valente: A ameaça ao caráter laico do estado brasileiro

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/valente-a-ameaca-ao-carater-laico-do-estado-brasileiro/

Valente: A ameaça ao caráter laico do estado brasileiro

Atualizado e Publicado em 01 de outubro de 2009 às 01:03

A ameaça ao caráter laico do Estado brasileiro

Se somos um Estado democrático, cabe a nós fomentar a liberdade religiosa, inclusive no que se refere ao direito de crer ou não crer em algum deus

Por
Ivan Valente

No dia 13 de novembro de 2008, em audiência entre o Presidente Lula e o Papa Bento 16, a República Federativa do Brasil e o Vaticano assinaram um acordo relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica em nosso país, com o objetivo de consolidar, em um único instrumento, os diversos aspectos envolvidos na relação entre o Estado brasileiro e a Santa Sé. O acordo, no entanto, dispõe sobre uma série de direitos fundamentais, como a liberdade de crença e culto, e fere, em diversos aspectos, o princípio da laicidade do Estado brasileiro. Na prática, se for aprovado pelo Poder Legislativo, o acordo representará um verdadeiro retrocesso nas relações entre Estado e religião nos limites fixados pela nossa Constituição Federal, trazendo de volta ao debate uma questão superada há mais de cem anos em nosso país. Afinal, independentemente de seu formato, não há dúvidas da natureza religiosa do acordo.

O Brasil é um país cujo povo possui diversas crenças religiosas. Se somos um Estado democrático, cabe a nós fomentar a liberdade religiosa, inclusive no que se refere ao direito de crer ou não crer em algum deus. Assim, ainda que respeitando as convicções e opções religiosas de todos os que defendiam a proposta, é preciso afirmar que a principal forma de garantir a liberdade de exercício religioso é garantindo que o Estado nacional mantenha seu caráter laico. Senão, vejamos alguns pontos do acordo, que foi apresentado e aprovado na Câmara dos Deputados via o Projeto de Decreto Legislativo 1736/2009.

Um de seus aspectos mais polêmicos diz respeito ao ensino religioso nas escolas. O artigo 11 do PDL prevê o ensino da religião católica e de outras confissões, retomando uma concepção incompatível com o atual ordenamento jurídico ao prever um modelo puramente confessional de ensino. Nossa Constituição Federal, assim como a Lei de Diretrizes e Bases, afirma que a educação é direito de todos e dever do Estado, da família e da sociedade, e entende a escola pública como um espaço fundamental de promoção da igualdade e do respeito à diversidade. Uma educação baseada no modelo confessional de ensino está longe de ter seu caráter democrático e inclusivo preservado. A formação religiosa é parte do direito à liberdade de crença e culto e, por isso, há décadas, a educação laica é debatida pela sociedade brasileira. Até agora, parece que encontramos um modelo interessante, que define a escola pública como laica e dá abertura para escolas privadas confessionais. Se aprovado o acordo, voltarão as disputas religiosas na rede pública, sob prejuízo incalculável para a formação de nossa sociedade.

Já o artigo 14 determina que “às pessoas jurídicas eclesiásticas e religiosas, assim como ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais, é reconhecida a garantia de imunidade tributária referente aos impostos, em conformidade com a Constituição Federal". A Constituição, no entanto, prevê imunidade tributária apenas aos templos religiosos. Nos últimos anos, a definição de “templo” tem sido alargada, ultrapassando em muito as atividades inerentes ao exercício da religião.

Outro ponto do PL que acaba por conceder privilégios, muitos inconstitucionais, às organizações religiosas em relação às demais em funcionamento no país, é o que prevê que espaços públicos para fins religiosos podem estar previstos nos instrumentos de planejamento urbano do Plano Diretor dos municípios. A Constituição brasileira veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios “estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”. Como determinar quais religiões terão ou não áreas reservadas nos planos diretores?

Ou seja, são diversos os pontos do acordo que impactam a sociedade brasileira como um todo e que, por isso, deveriam ter sido debatidos de forma muito mais ampla com a população em geral. Pelo contrário, o PDL 1736 foi aprovado num verdadeiro acórdão na Câmara dos Deputados, que incluiu a aprovação, por tabela, do PL 5598/2009 – conhecido como Lei Geral das Religiões, praticamente uma cópia do PDL 1736, editado às pressas para compensar a bancada evangélica. Ao contrário do que afirmou o deputado Inocêncio de Oliveira, que presidiu a sessão da Câmara que aprovou os projetos, havia um acordo firmado entre todos os líderes partidários. O PSOL, no entanto, não foi consultado. Na verdade, o que se constatou durante a sessão foi que aqueles muitos deputados que tinham divergências em relação à aprovação do acordo Brasil - Vaticano rapidamente mudaram de opinião quando outros credos foram contemplados em projeto de lei semelhante. Ou seja, não se tratava de preservar o caráter laico do Estado brasileiro, mas de aprovar uma lei de compensações no mercado da fé.

Por isso, cabe a contestação na Justiça sobre a tramitação e a votação anti-regimental dos projetos e a solicitação da anulação da votação. A Associação dos Magistrados Brasileiros também já declarou que pode impetrar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal se os projetos forem aprovados no Senado. Toda ação neste sentido é fundamental, sob o risco de legitimarmos uma lei que vai restringir direitos tão duramente conquistados pela sociedade brasileira.

Ivan Valente é deputado federal pelo PSOL - SP

Atea comparece a seminário sobre liberdade religiosa

http://www.atea.org.br/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=27&Itemid=99

Atea comparece a seminário sobre liberdade religiosa


A presidência da Atea participou ontem da primeira parte do Seminário Nacional sobre a proteção à liberdade religiosa, promovido no Rio de Janeiro pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e pela Associação Brasileira de Imprensa, com apoio da PUC-RIO e da Rede Globo.

Antes do começo do evento, o presidente da Atea foi abordado pela deputada estadual Beatriz Santos (PRB-RJ) para... tirarmos uma foto juntos! A seguir, conversamos sobre possibilidades de atuação em conjunto e a deputada se mostrou bastante interessada em desenvolver ações em favor da laicidade do Estado. Ela participou da mesa de abertura, onde também estavam presentes dois representantes cristãos, uma representante do judaísmo, um cigano, um Hare Krishna e uma mãe de santo. Assim que ela saiu da mesa, disse-lhe que faltava ali um ateu, ao que a deputada imediatamente pediu ao cerimonial que mencionasse ao microfone a presença de um representante da Atea no recinto. Tudo indica que há respeito e espaço para colaboração mútua.

Em sua fala, o representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Roberto Araújo, mencionou em termos elogiosos a ação do MPF-SP pela remoção de símbolos religiosos. Quando almoçamos juntos, ele revelou que a SEDH recebeu intimação do MPF para se pronunciar a respeito, documento que pretendemos exibir com exclusividade aqui em breve, assim como a resposta da Secretaria. Araújo revelou que a intimação falava em "um cidadão" que teria tomado a iniciativa de representar ao Ministério Público, e que ele gostaria muito de saber que corajoso cidadão teria sido esse, sem saber que estava falando com ele.

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ATEA na TV Câmara e na CONAE


Qui, 17 de Setembro de 2009 17:28

Ontem, o presidente da ATEA foi a Brasília parafazer parte do programa Participação Popular, da TV Câmara, que versou sobre intolerância religiosa e deve ir ao ar no próximo dia 30, com reprises nos dias subsequentes.

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A Atea foi atendida em sua solicitação para indicar um participante para a etapa paulista da Conferência Nacional de Educação, onde defenderá um ensino público plenamente laico em ambiente laico e o fim do ensino religioso nas escolas de educação regular do país.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ANTIGO MUSEU DO ÍNDIO, NO MARACANÃ (RJ) AMEAÇADO

Tradicional prédio do antigo MUSEU DO ÍNDIO, no Maracanã (RJ), patrimônio público tombado, tem projeto para ser demolido e transformado em estacionamento.

Um pouco da História do Antigo Museu do Índio localizado no Maracanã, no Rio de Janeiro



O terreno onde funcionou de 1952 a 1977, a primeira sede do Museu do Índio, foi vendido, durante o Fórum de Palermo, em 18 de julho de 1865. Conforme consta da escritura lavrada a fls. 138 do Livro, n. 213, no segundo ofício de Notas, documento arquivado no Ministério da Justiça e Negócios Interiores, constando como vendedores o Comendador Manuel José de Bessa e sua mulher Dona Maria Constança Ferreira de Bessa e comprador o Capitão Tenente Antônio Coelho Fragoso, na qualidade de representante de sua Alteza Real o Senhor Duque de Saxe, que mais tarde vem a doá-lo.

A União Federal, proprietária do imóvel, por força do registro do RGI, Cartório do 11 Ofício, Livro 2-U/), fls. 04, na matrícula n. 62.610, faz, em 27 de setembro de 1984, um contrato de doação do imóvel para Companhia Brasileira de Alimentos – COBAL, Empresa Pública Federal, criada pela lei delegada 6 de 26/09/1962,constituída sob a forma de sociedade por ações e que em virtude da fusão,criada pela Lei 8.029 de 12/04/1990,passou à nova denominação de Companhia Nacional de Abastecimento, CONAB.
Segundo a cláusula terceira do referido contrato foi arbitrado o valor de 13.931.301,00 ( treze milhões, novecentos e trinta e um mil e trezentos e um cruzeiros), incluído o Museu do Índio que já funcionava na Avenida Maracanã 252, esquina da Rua Mata Machado, por onde tem o n. 127 (duas frentes) na Freguesia de Engenho Velho.

Em 1986, por instrumento particular de contrato de cessão de uso, a COBAL, representada pelo seu diretor presidente, Dr. João Felício Scardua e pelo seu diretor de administração, Dr. Ronald de Queiroz Fernandes cede ao Ministério da Agricultura todo o imóvel, incluindo o prédio do antigo Museu do Índio e anexo. Ressalte-se que parte do imóvel objeto da referida cessão já se achava ocupado pelo Ministério da Agricultura, que ali, já mantinha os laboratórios da Secretaria de Inspeção de produto Animal – SIPA.

Em 9 de outubro de 1992 a União cede a área (contrato de cessão gratuita do Museu do Índio, tendo como cedente a Diretoria Federal de Agricultura e Reforma Agrária no Estado do Rio de Janeiro e cessionário a Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra,constando como cláusula terceira que o referido imóvel deverá abrigar os setores administrativos e culturais, tais como: auditório, sala de estudos e biblioteca e outras atividades a critério da direção.

O Museu do Índio foi inaugurado em 19 de abril de 1953. É esta a data usada nos textos em geral e na Revista Comemorativa dos 30 anos do Museu. Embora consideremos1952 de acordo com Darcy Ribeiro. Em seu livro, “ Aos trancos e barrancos: como o Brasil deu no que deu”, Rio de Janeiro, Guanabara, 1985, Darcy afirma que a inauguração do Museu deu-se em 1952.

O Museu do Índio, desempenhou um papel histórico na longa luta em defesa das populações indígenas, tendo à frente nomes emblemáticos como o do Marechal Rondon e do próprio Darcy. Em termos museográficos, o museu – projeto do arquiteto Ary Toledo – foi considerado um marco da museografia, passando a exercer enorme influência nacional e internacional. O tombamento do prédio em 1997 foi importante para sua preservação e no trabalho de revitalização da própria área em que se insere.

Feito esse breve e bem confuso histórico, nos dias de hoje, no casarão abandonado vivem dezenas de índios de diversas etnias. Os índios levam uma vida comunitária em que misturam valores da selva e da civilização. Os cerca de 35 mil índios que vivem no Estado do Rio de Janeiro, ali tem aconchego garantido, já que o Museu do Índio transferido em 1978 para a Rua das Palmeiras em Botafogo é dirigido por autoridades não indígenas e a burocracia impede que os indígenas tenham qualquer auxílio,salvo, em eventos festivos.

O prédio no Maracanã, está em precárias condições e os índios se revezam, e na garra e improviso se mantêm na área, temendo perdê-la para mendigos e para o próprio Poder Público. Apenas dois banheiros atendem a todos, que dormem em barracas de acampamento, amontoados em uma parte onde não chove, já que todo o resto da casa está devastada . O fornecimento de água e luz foi feita por escambo com a Secretaria da Agricultura, que ali tem hoje dois prédios.


Há duas semanas estamos desesperados com uma informação de que um projeto idealizado pelo ex-prefeito Cesar Maia, idéia apresentada à prefeitura na época pelo escritório Gilson Santos e Carlos Porto Arquitetos – o mesmo que criou as jóias do Pan, como o Engenhão e a Cidade dos Esportes já está na mesa do Secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Afonso Kroetz e do Coordenador de Apoio Laboratorial, Jorge Caetano Junior, para ser concretizado na primeira quinzena do mês de outubro próximo, segundo o qual o imóvel estaria sendo vendido por 30 milhões para uma empresa privada espanhola, pela prefeitura do Rio para a construção de um Shopping Center e um imenso estacionamento para 3.000 automóveis. Segundo o projeto tal Parque, ainda ligaria o Maracanã à Quinta da Boa Vista, e visa a Copa do Mundo de 2014, quando o Estádio do Maracanã exibirá dois jogos, incluindo o da final.
Sem falar na desintegração do complexo laboratorial que funciona no Ministério da Agricultura em anexo a casa do índio.
A desintegração física e técnico-científica desse órgão é gravíssima para o Rio de Janeiro porque todo o controle de produtos industrializados, tanto na área animal, quanto vegetal e também os produtos importados e exportados nesta área são feitos pelo laboratório do Ministério da Agricultura -RJ. Qualquer produto para poder desembarcar (porto, aeroporto ou fronteiras), precisa de um laudo analítico de qualidade sob pena de colocar a saúde da população em risco de febre aftosa, alimentos contaminados, pragas da agricultura etc. Como um porto como o do Rio de Janeiro, importante desde à época do Império vai perder essa função para outra cidade. Só tem essa estrutura hoje para avocar tal fiscalização Pedro Leopoldo em Minas Gerais ou Campinas.
Trata-se da defesa de uma área restrita e exclusiva do Governo Federal que está sendo privatizada.
Temos todos os documentos e certidões que comprovam o relatado.
Estamos atentos e tomando as medidas legais.
O que os índios que moram lá querem é a reestruturação da casa e sua transformação em um Centro Cultural, resgatando e divulgando a cultura indígena. E já temos até um empresário alemão querendo investir na reforma do casarão.


Estamos programando para a próxima semana uma grande festa no local, para mostrarmos nossa força e disposição de não sair dali, oportunidade que convocaremos toda a imprensa.

Se você quiser se engajar nesta luta, visite a casa, fale com o kamayura ou com a Patxá.
Hoje já instalamos internet na casa, em dois computadores. Vamos começar a fazer barulho no mundo inteiro. Depois do dia 15 de outubro talvez eu mesma os receba, dependendo da gravidade e veracidade deste “ato secreto” eu também vá acampar lá porque

Só sairemos de lá mortos!

Maria Rachel Coelho
Professora e Diretora-Presidenta do MEB – Movimento Educacionista do Brasil